O sábado (6) amanhece e três estudantes do curso de Audiovisual oferecido pela Fábrica de Imagens vão à sede da ONG para compartilhar suas experiências na manhã de formação com a Liga Experimental de Comunicação. Gleice Kelly Silva, Tamyres Marques e Jonas Lima frequentam a Fábrica, como é tratada a ONG, há três meses. “Essa é uma oportunidade de mudar as ideias”. É assim que Jonas vê o curso que a organização oferece.
Além das aulas técnicas, os três alunos participam de ações educativas em cidadania e gênero, uma das marcas da ONG. “É esso o nosso diferencial: há formação humana”, aponta Taiane de Lima. “Eu gosto de estar bem informado”, afirma o garoto. Ele conta que viu no curso de Audiovisual uma oportunidade de cultivar o gosto que sempre teve por informática. “Eu quero poder transformar um vídeo em algo que tenha impacto”.
Por curiosidade, como Gleice Kelly, ou por vontade de aprender mais, os três jovens entraram no mundo das produções audiovisuais e descobriram também as discussões acerca da sexualidade e da diversidade de gêneros. “Eu notei que era um curso diferente, mas gosto de conhecer e debater”, diz Tamyres Marques “Trabalhar a sexualidade é estranho e interessante ao mesmo tempo, porque é algo que não é trabalhado no nosso dia a dia”, conta Jonas
PRECONCEITO POR NÃO TER PRECONCEITOS
O desconhecimento não é a única dificuldade que surge quando o assunto é gêneros. A situação é comum para quem busca derrubar a discriminação, e, mesmo com as discussões sobre o tema na Fábrica, ainda há barreiras para levar o aprendizado para o mundo real. “As pessoas pensam que, porque eu não tenho preconceitos, sou lésbica”, conta Tamyres Marques
Jonas também já passou pela mesma situação, mas dentro da própria família: “Meu pai já me perguntou se eu sou gay, e eu respondi que não”. Ele conta que as pessoas ainda o olham com estranhamento por participar das formações, mas que isso o estimula a continuar no curso. “Quanto mais as pessoas desconhecem, mais me dá prazer em saber e poder explicar o que é certo”.
DIVERSIDADE DIVERSA
Um dos aprendizados da formação oferecida pela Fábrica é o conhecimento de que a homossexualidade é diversa. “Eles não são iguais, como ninguém é”, constata J. Dentro do movimento homoafetivo existe uma diversidade grande de pessoas. A ideia — que também guia os trabalhos da Liga no segundo ciclo do Palavras de Liberdade —, apesar de ser visível, ainda não é levada em conta. “As diferenças são simples, mas passam despercebidas”, explica o garoto.
O reconhecimento da diversidade é uma das bandeiras do movimento homoafetivo, e por isso a sua sigla, LGBTT(Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), deixa clara a diferenciação que há dentro de um mesmo grupo. Há pessoas com características próprias, e não um um grupo homogêneo. “Não basta achar que eles são iguais. Antes de tudo, é preciso especificar quem é quem para respeitar”, afirma Tamyres Marques.
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